Nasci perdida e precisando me encontrar
Isso foi em São Paulo, em 1976. Fui saltadora de trampolim acrobático. Estudei direito sem ter muito interesse. Prestei concursos para oficial de chancelaria só porque gostava de viajar. E na minha primeira missão, na embaixada do Brasil no Vietnã, comecei a entender que permanecer perdida podia ser divertido.
De São Paulo
para o mundo
Hoje, me considero nômade.
Exploro outras realidades tanto por meu trabalho como em busca de meus próprios interesses.
Já morei em três regiões do Brasil, em outros sete países e conheci mais de trinta.
Atualmente, vivo na Dinamarca.

Do mundo físico
para os imaginados
Sempre tive curiosidade por outras realidades. Comecei com as do mundo externo e, um dia, senti necessidade de conhecer melhor a mim mesma.
Praticaquei yoga por dez anos em que aprendi a me observar, a respirar mesmo em posições absurdas, a respeitar meus limites e a expandir minhas possibilidades. Trago esses conhecimentos valiosos para a vida e para a minha obra.
E daí, tem as histórias...
Muitas foram as tentativas para achar a minha voz, mas foi do outro lado do mundo, em Hanói, que comecei a lapidar a bruta noção do que ela poderia ser.
Tanto por textos quanto por fotografias.
Capturar imagens me fascina e me diverte, sem pretensões outras além de registrar o que vejo.
Os relatos de viagem foram a minha estréia.
Mas foi na ficção que descobri a melhor forma de me expressar.

De São Paulo para o mundo, para universos inventados.
Comecei estudando roteiros, por unir histórias e imagens.
Estudei na New York Film Academy e na London Film Academy.
O mundo da prosa, no entanto, foi onde encontrei a liberdade que eu vinha procurando.
Gosto de brincar com pontos de vista. Transformo minhas experiências em mundos, personagens e enredos fictícios.
Muitas das minhas histórias partem da perspectiva de quem não pertence, de quem não se encaixa, de quem nada contra a corrente.